1 de junho de 2008

Directas a 4 - Resultados


O grande assunto que nos últimos tempos tinha feito manchete nos meios de comunicação social do país, a par da subida dos preços dos combustíveis e da greve dos pescadores, teve finalmente um desfecho. Dos 4 candidatos à presidência do PSD, já foi escolhido o que irá ocupar a cadeira nos próximos tempos. Manuela Ferreira Leite foi eleita líder do maior partido da oposição, seguida por Pedro Passos Coelho, logo depois por Pedro Santana Lopes e, por último, Patinha Antão.

Na minha opinião, o PSD perdeu aqui uma grande oportunidade de renovar a sua imagem. Terá, porventura escolhido o segundo melhor candidato para seu líder.

No entanto, temos de ver que o PSD é um partido gasto, imagem gasta, discurso gasto e vazio de conteúdo. Isto deve-se em muito por se continuar a ver no PSD os mesmos de sempre da última década e meia. Muitos que saíram da governação cavaquista, que nunca souberam fazer verdadeira oposição a Guterres e muitos que quando chegaram ao Governo com Barroso, tiveram o dom de enterrar mais o país do que este já estava enterrado. Estas são as caras que nos aparecem todos os dias.

Manuela Ferreira Leite tem junto dos portugueses uma imagem de austeridade e autoridade, sendo que muitos já lhe chamam a Tatcher portuguesa, porém a sua imagem está ligada ao período mais negro dos últimos anos da nossa história recente, sendo co-responsável pelo deficit astronómico que tínhamos em 2005, enquanto Ministra das Finanças do Governo de Barroso. Com este handicap, não fica com muita legitimidade para fazer uma oposição coerente ao actual Governo do PS (no entanto será, seguramente, muito melhor oposição do que Pedro Santana Lopes).

Algo que era comum a todos os cidadãos descomprometidos com os aparelhos políticos portugueses era, de uma forma mais ou menos generalizada, que se visse uma vitória de Pedro Passos Coelho, um liberal assumido, jovem dentro da estrutura do partido, para que o PSD pudesse realmente oferecer uma alternativa ao PS, tendo, no entanto, este ficado pelo 2º lugar. Fica assim comprometido um processo eleitoral para as próximas legislativas com verdadeiras alternativas ao PS, com uma oposição que realmente mostre ideias diferentes, fortes e coerentes e não discuta apenas o passado, fruto dos anos em que também já estiveram no poder, e que não entre no discurso facilitista do ataque pelo ataque, como nos habitua cada vez mais a oposição.

Santana Lopes... é Santana Lopes! Um homem que ficará para sempre conhecido como um dos líderes dos piores governos desde D. Maria II mas que, surpreendentemente, não reconhece tal façanha e insiste em aparecer e, praticamente, só dar tiros nos pés em cada intervenção que faz no Parlamento. O interessante é verificar que este senhor ainda ficou com 29,8% dos votos! Mas isto só serve para demonstrar que o caciquismo está vivo e bem vivo dentro do PSD.

Enfim, agora é esperar pelo Congresso de Guimarães para ver quem irá acompanhar Manuela Ferreira Leite e ocupar os cargos da Direcção Nacional.

Sem comentários: